Dr. Walter Moisés Tobias Braga
CRM 114081
Hematologia e Hemoterapia

O ciclo do sangue

Da recepção à transfusão, o sangue doado passa por um extenso e criterioso processo até chegar ao estágio de uso para os pacientes

Ele corre pelas veias, transporta o principal combustível do nosso organismo, o oxigênio, e pode salvar vidas quando doado para outras pessoas. Porém, até chegar à veia do receptor, o sangue passa por pelo menos seis etapas.

O primeiro passo do “sangue” acontece na recepção do Hemocentro, quando os doadores realizam o cadastro com a entrega de um documento com foto. Na sequência, o voluntário passa pela triagem clínica, onde é checada pressão, medida a altura, peso e temperatura, além de um teste de anemia.

Ainda durante a triagem, o doador responde a uma série de questões em uma entrevista individual com um enfermeiro responsável a fim de avaliar suas condições de saúde para realizar a doação.

Apto a doar, o doador é encaminhado para a sala de coleta, onde passa pelo processo de doação de sangue, que dura entre cinco e 15 minutos. Cada doador tem um kit próprio com agulha acoplada e a bolsa de sangue que é plástica estéril e descartável.

Feita a doação, o voluntário recebe as últimas orientações da equipe do Hemocentro e é liberado para tomar um lanche de pós-doação. Enquanto isso, a bolsa de sangue segue seu trajeto até a sala do processamento.

No local, após uma hora de descanso, a bolsa vai para o processo de centrifugação e, depois, para a separação dos hemocomponentes, que se dividem em hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado.

Feita a separação, começam os testes de sorologia que são divulgados em até 48 horas. Nesse tempo, as bolsas de hemácias, plasmas e crioprecipitados são colocadas em câmaras frias e as bolsas de plaquetas no plaquetário.

Se todos os testes de sorologia apontarem negativo, as bolsas vão para o estoque. As de hemácias são levadas para uma câmara de resfriamento de 2°C a 6°C e ficam à disposição para a transfusão, assim como as bolsas de plaquetas, que ficam na temperatura de 20°C a 24°C, no plaquetário, e as bolsas de plasma e crioprecipitado que são mantidas na temperatura de -30°C.

A bolsa de hemácia pode ser usada entre 35 a 42 dias. As bolsas de plaquetas em até cinco dias e as bolsas de plasma e crioprecipitado em até um ano, já que elas ficam congeladas.

Por fim, o último passo, quando solicitada para a transfusão, a bolsa de hemácias passa por novos exames para testar sua perfeita compatibilidade com o receptor. Essa é a reta final. Estando tudo ok, a bolsa é levada para a sala de transfusão ou hospital e recebida pelo paciente.

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